Liderar para Inovar e atingir resultados sustentáveis
A literatura aborda de forma ampla os benefícios que o enfrentamento de uma crise pode trazer à sociedade e ao indivíduo. Todavia, a reflexão sobre determinado tema, durante a crise e que pode ser vivenciado na prática, tem potencial para, além de atrair maior interesse das pessoas, possibilitar a fixação dos conceitos. Sem dúvida, no contexto em que vivemos, liderar para inovar é mais que um diferencial, é uma necessidade.
Afinal, a pandemia que atinge o mundo todo em pleno século XXI tem trazido à tona muitas atitudes e comportamentos relacionados a temas que já vinham sendo discutidos. Mas, que passaram a ser mais extensivamente debatidos e adotados quando a crise se instaurou.
Então, gostaria de propor aqui uma análise focada nos aspectos relacionados à liderança que facilita a inovação e o atingimento de resultados sustentáveis.
Liderar para inovar no contexto pós pandemia
Ao se estudar inovação logo se aprende a famosa frase de Platão “a necessidade é mãe da invenção”. Assim, podemos iniciar nossa reflexão sobre o impacto que os momentos turbulentos que temos vivido no ano de 2020 têm tido na inovação.
Com certeza, se o leitor, apenas por curiosidade, sem nenhum rigor acadêmico, fizer uma breve pesquisa sobre as inovações ocorridas nos primeiros meses da pandemia do Coronavírus, provavelmente vai se surpreender. De fato, é de se espantar tanto a quantidade como a qualidade das várias inovações surgidas! Não só de descobertas científicas relacionadas ao vírus, mas também são inovações no modelo de negócios de pequenas empresas.
Os impactos no Brasil
Considerando apenas o Brasil, vimos que alguns ingredientes importantes para o estabelecimento de um ambiente inovador como baixa aversão ao risco, agilidade e propósito passaram a fazer parte de nosso dia a dia. Por exemplo, posso citar o surgimento dos respiradores nacionais, muito mais baratos e rápidos de produzir e que, muito provavelmente, encheu de orgulhos os membros da equipe da USP. Afinal, além de serem economicamente viáveis e produzirem valor trouxeram consigo a promessa de salvar mais vidas.
Ademais, o tamanho da crise também nos deu a possibilidade de observar na prática alguns conceitos relacionados ao capitalismo consciente e ao desempenho sustentável. Foram várias as empresas que, de forma rápida, se posicionaram preocupadas com o social. Dessa forma, atuando através de doações e ações de cidadania, preocupadas com o bem estar não só de seus funcionários, mas também das comunidades em seu entorno. Inclusive, vimos empresas que competem entre si fazendo parcerias pelo bem social, num movimento inusitado e apreciado pelos consumidores.
Mas, infelizmente, a crise também nos tem mostrado empresas e lideranças que se mantêm focadas apenas nos resultados financeiros. Isto é, sem preocupação com o pilar social ou com a ética. Por exemplo, podemos citar desde pequenas empresas vendendo álcool gel falsificado, até quadrilhas roubando equipamentos de proteção, como máscaras cirúrgicas.
O novo contexto requer gestores que acreditem em Liderar para inovar
O ambiente inovador possibilitou novas descobertas ou as práticas sustentáveis de gestão que contribuíram para as comunidades e fortaleceram suas marcas. Mas tudo isso está diretamente associados às suas lideranças.
Por isso, considero vital que, nesse momento de aprendizado, aprofundemos nossos debates sobre o tipo de líderes que precisamos para a evolução da sociedade. Definitivamente, o momento nos tem oferecido centenas de exemplos e contra exemplos sobre o perfil e competências que necessitamos dos líderes do futuro.
Embora a importância da inovação e do desempenho sustentável para a competitividade de uma empresa não sejam temas surgidos durante a pandemia do coronavírus, são essenciais. Hoje, esses temas dão destaque para aqueles que estão mais preparados para o novo mundo dos negócios, ou não.