O Webinar realizado pelo PROGESA FIA teve como objetivo discutir os principais pontos de destaque da COP26 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 -, realizada em Glasgow entre os dias 1º e 12 de novembro de 2021
Com o objetivo de discutir os principais insights da COP21, o PROGESA FIA reuniu em um webinar alguns profissionais reconhecidos no setor, como:
- Ana Yang, diretora da Chatam House Sustainability Accelerator;
- Nabil Kadri, do BNDES e
- Fátima Pereira Pinto, professora do PROGESA FIA e especialista em Gestão de Emissões de Carbono.
A moderação ficou a cargo de Monica Kruglianskas, head de sustentabilidade do PROGESA FIA. Então, veja abaixo os principais pontos discutidos durante este encontro.
A COP26 foi um sucesso ou um fracasso?
De acordo com Ana Yang, a resposta seria ‘depende’. Inegavelmente, o evento firmou importantes avanços na área climática. Por exemplo, colocar as soluções para a natureza dentro do acordo de clima e não mais com um viés energético. No entanto, ainda há muito a ser feito.
3 pontos positivos da COP26 para o Brasil
Ainda de acordo com Yang, é importante ver três pontos positivos da COP26 que afetam o contexto brasileiro, que poderiam ser considerados pontos de sucesso:
1. O Acordo de Florestas
De fato, esse acordou possui importantes implicações para o Brasil sobre a redução do desmatamento.
2. O Acordo de Metano
Afinal, este acordo estipula a meta de redução em 30% do gás até o ano de 2030.
3. O compromisso quanto à emissão de carbono
Sem dúvida, este comprometimento, feito por parte de instituições financeiras trará um efeito cascata nas empresas potencialmente financiadas por estas instituições.
No entanto, Ana afirma que isso ainda não seria o suficiente. Por isso, o evento também poderia ser denominado um fracasso, sob o ponto de vista do que ainda não avançou.
Um novo contexto: Economia de Baixo Carbono
De acordo com a perspectiva da professora Fátima Pereira, as empresas devem se preparar para as mudanças vindouras. Sobretudo, será essencial se inserirem no contexto de uma economia de baixo carbono.
Segundo ela, é imprescindível seguir a ciência: o documento do IPCC de agosto de 2021 deixou claro a necessidade das empresas reduzirem sua emissão de carbono. Afinal, dessa forma pretende-se limitar o aumento da temperatura terrestre em no máximo 1,5oC. Além disso, há a meta de neutralidade de CO2 até o ano de 2050.
Para tanto, ela ressalta a importância de ferramentas como o inventário de emissões, que deve ser observado pelas empresas.
COP26: é preciso pensar além das negociações
Também compartilhou sua perspectiva em relação à COP26 Nabil Kadri, do BNDES. Segundo ele, além das negociações em si, é importante pensar nos contextos que circundam as COPs. Por exemplo, os eventos paralelos realizados pelas instituições, as reuniões bilaterais e as plenárias.
Portanto, ressalta a importância desta diversidade que permeia o evento e também da participação social. Por fim, Kadri afirma que, apesar do acordo não ter sido exatamente aquilo que era esperado, o conjunto geral da COP26 trouxe notícias muito novas e importantes para o cenário global e nacional.