A Ambidestria Organizacional no Setor Jurídico: A Tradição e a Inovação de Mãos Dadas

Nos últimos anos, o setor jurídico vem sendo desafiado por mudanças profundas. A crescente pressão por eficiência, a entrada das LegalTechs, a utilização da inteligência artificial e a demanda por modelos mais estratégicos de atuação, exigem que os escritórios de advocacia e os departamentos jurídicos repensem a sua forma de trabalhar. Nesse cenário, o conceito de ambidestria organizacional surge como uma das chaves para a transformação.
O que é ambidestria organizacional?
O termo foi originalmente explorado por James March (1991), em seu artigo seminal sobre exploração e explotação nas organizações. Posteriormente, foi aprofundado por O’Reilly e Tushman (2004), que definiram a ambidestria, como a capacidade de uma organização de equilibrar duas forças aparentemente opostas:
- Exploração: a inovação, experimentação, a busca por novas oportunidades, a adaptação aos contextos emergentes.
- Explotação: a eficiência, padronização, aproveitamento das competências já desenvolvidas, excelência na execução.
Uma organização ambidestra é capaz de inovar sem perder a consistência, e de garantir a estabilidade, sem renunciar à adaptação ao novo.
Aplicação na área jurídica:
No mundo jurídico, a ambidestria é especialmente relevante, porque o setor combina:
- A tradição e o rigor técnico: processos judiciais, interpretação normativa, gestão de riscos e compliance exigem a precisão, a padronização e a continuidade.
- A inovação e a tecnologia: automação de documentos, jurimetria, contratos inteligentes (smart contracts), workflows digitais e uso de IA, para as análises complexas.
Esse equilíbrio é um dos maiores desafios atuais para gestores jurídicos.
Exemplos práticos:
- Escritórios de advocacia: que mantêm excelência na advocacia contenciosa (explotação), mas criam áreas de Legal Ops, para explorar os novos modelos de gestão, implementar os dashboards de performance e oferecer a precificação alternativa.
- Departamentos jurídicos corporativos: que continuam zelando pelo compliance (explotação), mas, ao mesmo tempo, investem nas tecnologias da análise preditiva de litígios e os contratos digitais (exploração), ampliando a atuação estratégica junto ao negócio.
Por que isso importa?
A ambidestria organizacional permite que os profissionais do setor jurídico:
- Sejam eficientes no presente.
- Se mantenham relevantes no futuro.
- Criem o valor estratégico, para os clientes e as empresas.
Como destacam O’Reilly e Tushman, as organizações que desenvolvem essa capacidade, conseguem atravessar os ambientes dinâmicos, sem perder sua a identidade, mas com a flexibilidade para inovar e se adaptar continuamente.
Conclusão:
A área jurídica está diante de uma encruzilhada: seguir apenas pelo caminho da tradição ou se abrir à inovação. A resposta mais inteligente está no equilíbrio entre os dois mundos, a verdadeira ambidestria organizacional.
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